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  AÇÕES DO GRUPO DE PESQUISA 

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[2020]

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Pesquisa de mestrado sobre vida e obra de Gerd Bornheim desenvolvida atualmente por Erika Mariano, pelo Programa de Pós-Graduação em Artes - PPGA na Universidade Federal do Espírito Santo - UFES. O retrato de Bornheim  assim como um filme ensaio  soma-se ao texto dissertativo como uma espécie de fotobiografia do autor.

Retrato de Gerd Bornheim, Erika Mariano, 2020.

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Gerd Bornheim - Primeiro Ato (03'02", 2020),  é uma prévia do ensaio fílmico sobre vida e obra do filósofo. Um vídeo experimental acompanhado por  carta sinopse e narrado por Gerda Bornheim, irmã do autor (in memoriam).

É parte integrante dos estudos de Erika Mariano sobre a vida e a obra de Gerd Bornheim. 

PUBLICAÇÃO 

[2019]

Carta para Gerd Bornheim

28 de novembro de 2019 - Cariacica

 

Caro Gerd,

 

      Escrevo esta carta porque depois de ler tantas das suas me sinto parte da continuação de sua história. Essa abertura para adentrar a sua vida através dos documentos tem me feito perceber nuances comuns em nossas experiências, tanto com os silenciamentos, quanto com as possibilidades de ter e dar voz a nós mesmos e aos nossos. Num dia desses, Gaspar nos apresentou um texto da Marilena Chauí, que trata exatamente das dimensões políticas da amizade.

       Tenho construído através de você laços com tantas outras pessoas. O afeto pode nos levar a uma dimensão além do tempo, e é isso que suas cartas tem nos gerado. Nossos tempos nunca se cruzaram, nem mesmo nossos olhares um dia irão, mas parece que ainda assim há possibilidade de vínculo. Nossos laços são também políticos, tantos acontecimentos descritos por você nas cartas tem se tornado atuais… e quem nos dera fossem os bons acontecimentos. Ter ido para Paris, embora não tenha sido uma escolha sua, deu-lhe a oportunidade de exercer uma profissão em que havia mais tempo livre pra estudar -a de porteiro- e, claro, escrever as cartas que me fazem viajar da América do Sul à Europa na velocidade da vírgula.

     Li nelas também algumas descrições das suas obras, de um modo mais descontraído. é reconfortante poder me sentir um pouco mais próxima de leituras densas, que já me pareceram um universo distante por muito tempo. Aliás, que grosseria a minha em não me apresentar, sou mulher e negra, hoje estudante de artes, recentemente fiz 24 anos e tenho alimentado um amor muito específico pela filosofia da Arte, fui apresentada aos seus escritos através do Gaspar -seu ex-aluno, agora meu professor e orientador- moro numa cidade-dormitório e apesar de ter muito a entender e ler para me situar e me posicionar em minha própria realidade, que é, há muito tempo, assunto incômodo para a academia, me atenho a permanência, no ambiente acadêmico -o maior dos desafios- e mergulho nos seus textos.

         A realidade faz dos nossos mundos opostos em tanto e ainda assim nos cruzamos, ou pelo menos, eu cruzei meu olhar com suas palavras. E ai de mim se não fossem as palavras! Hoje elas são tudo o que tenho, o meu único modo de permanecer na acadêmia e de me fazer entender no mundo. Encontro fragmentos de mim nas palavras de outras pessoas, e enquanto decifro seus traços vejo esse anseio por comunicar, essa urgência que pulsa em filosofia, arte e vida, não só pelo modo como os acontecimentos -políticos e sociais- se dão, mas pelo próprio ardor do gesto de escrever, as palavras de algum modo te saltavam aos olhos como parecem fazer as imagens diante de Didi-Huberman, como tem feito os escritos de ambos diante de mim.

           É aterrador lê-los e ver nas percepções de vocês tanto do que às vezes percebo sem apreender. Penso que a minha própria imagem (não aquilo que sou enquanto pessoa mas o que sê-la representa) posta em determinados lugares ou tempos poderia ser a expressão máxima do que em alguns momentos vocês evocam, esse assunto incômodo pro mundo e que é parte dele mesmo.  

 

Antes da máquina de lavar, a lavadeira

Antes da lava-louças, a empregada

Antes do aspirador de pó, a faxineira

Antes da máquina, a mulher

 

        De todas as coisas que o tempo permitiu que permanecesse -ainda que debaixo de finas camadas de poeira- suas cartas para uma amiga chamada Juta tem sido um objeto de interesse em especial. elas reafirmam com certeza as palavras de Marilena ”tal”. Temos lido algumas cartas durante os encontros e por algum motivo é bem frequente eu seja essa pessoa, que lê (rs), e é engraçado, porque parece que de alguma forma agora eu sou a sua voz, eu sou a voz da Juta, do Hecker e da Gerda...  Sua vida ainda ecoa.

         No decurso das reuniões seus papéis se espalham sobre a mesa, ou a sala do apartamento do Gaspar, e a fina poeira deixa de encobri-los e nos adentra o corpo, a ferrugem dos grampos, os ácaros e o amarelado dos papéis tem cada dia mais feito parte de nós, acho que você acharia bonito ver seus datiloscritos cercados por tantos livros -paredes inteiras revestidas deles- e tantas pessoas se divertindo ao ler suas cartas ou encontrar fotos de quando você ainda tinha cabelo (rs).

        Tenho ouvido repetidamente uma música de Jorge Aragão chamada “identidade” e se nós temos algo em comum Gerd, é que somos herança da memória, quando na ditadura tentaram te silenciar não foi por algo que você representasse como indivíduo, mas porque nosso discurso atravessa realidades. E meu acesso a universidade tem sido uma reafirmação da própria necessidade de ocupar esses espaços onde socialmente mal me projetam, onde o estado já negou a tantas antes de mim.

       Lembro de uma das primeiras cartas que li de você pra Juta -e que mistério tem sido essa mulher- você dizia sobre a sua vida e as dificuldades em Paris, sobre alguns acontecimentos anteriores ao expurgo e algumas coisas que havia lido e escrito,- se não me engano, foi a carta em que deixou de chamá-la de Dona pra ser só Juta- o que me encanta é que apesar do medo e de tudo o que lhe abatia naquele momento, seu apreço pela amizade sobrepunha a necessidade de dizer sobre a angústia. Que tapa!

       É necessário procurar viver a vida que se deseja em felicidade agora, amar agora, porque mesmo em face do que passamos -e não deixemos** faltar a memória em especial aos filhos do açoite- fortalecer nossos laços é o que vence o veneno que derramam em nossas mentes.

      Estranho aprender tanto com alguém que na verdade não vai ler essa carta, escrevo na esperança de que outros também encontrem nessas palavras descanso, como tenho encontrado nos seus e em tantos outros textos.

 

Como escreveria o Gerd, o melhor abraço,

da Anielle Paola   

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00:00 / 06:49

 

[2018]

RODA DE CONVERSA MUSICAL

Samuel Araújo (Professor da UFRJ) -

Hudson José Antunes (Mestre do Jongo de São Benedito Sol e Lua, Anchieta/ES)

Local: Estúdio de Música da UFES (Prédio Bob – Centro de Artes)

Dia 12/09/2018 (quarta-feira)

O evento foi um diálogo sobre cultura, política e musicalidades. Na ocasião, os convidados apresentaram exemplos musicais ao violão e percussão. A programação fez parte do Programa de Extensão “Jongos e Caxambus no ES” e foi uma iniciativa dos grupos de pesquisa “Estética, Artes e Culturas Populares no Brasil”, coordenado pela Profa Aissa Afonso Guimarães e “Crítica e experiência estética”, coordenado pelo Prof. Gaspar Paz.

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[2018]

[Organização de evento 

Programação Cultural do XVIII Encontro da ANPOF

(Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia.) 

Universidade Federal do Espírito Santo

Programação com o intuito de valorizar o âmbito cultural e o projeto democrático. A programação contou com apresentações musicais variadas (do Congo ao jazz instrumental ou choro, do rap a outras linhas mais autorais), rodas de conversa (sobre a literatura e sobre a presença indígena na contemporaneidade), exposição de artes visuais (com problematizações críticas importantes e atuais).

Organização de Programação cultural: PAZ, Gaspar; BURNETT, H. ; NEVES, Raquel ; LADISLAU, Bianca

[2017]

DIÁLOGOS TRANSDICIPLINARES

Diálogos transdisciplinares é um projeto desenvolvido a partir da colaboração de professores do Programa de Pós-graduação em Artes (PPGA), do Departamento de Teoria da Arte e Música (DTAM) e do Departamento de Artes Visuais (DAV) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). O objetivo é a realização de diálogos frequentes sobre temas que envolvam as expressões artísticas em instâncias estéticas, éticas, políticas, antropológicas, históricas e culturais. No primeiro evento da série, apresentaremos o filme El pueblo que falta, de André Queiroz e Arthur Moura. Após a sessão, o Professor Dr. André Queiroz falará sobre algumas das importantes temáticas abordadas nesse documentário-ensaio, que trata da violência de Estado na América Latina (Argentina, Brasil, Chile e Peru) e o resgate das formas de insurgência. A mediação ficará a cargo de Paulo Resende (PPGSP - UVV), Raquel Garbelotti (DAV – UFES) e Rafael Pagatini (DAV – UFES).

Organização: Gaspar Paz (PPGA/DTAM – UFES),

Márcia Jardim (DTAM – UFES),

Gisele Ribeiro (PPGA/DAV – UFES)

 Acácio Augusto (NEUS/ UVV e Nu-SOL/ PUC-SP).

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[2015]

AULA MAGNA

COM OLGARIA MATOS

Trata-se de analisar a aceleração do tempo presidida pelo advento da Vontade no espaço público, no passado própria à esfera da vida privada, segundo as permanentes inovações tecnológicas, elas mesmas resultando da aceleração do tempo. Na dificuldade de se estabelecerem valores no longo prazo, o progresso desconhece finalidades e é sem direção. A arrogância da modernidade se manifesta na ideia segundo a qual "o homem tem a aptidão de ser a causa de tudo o que lhe acontece" e é "o autor do progresso na direção do melhor"(Kant). De onde a cultura do excesso e da ilimitação resultar em políticas e decisões fixadas no curto prazo, na substituição da ideia de cidadania pela de identidades, daquela de direito por direitos, narcisistas e arcaizantes. Sociedade do conhecimento, da comunicação e da informação é também pós-democrática, é o "reino da aclamação" e da universalização da doxa, com a tendência ao fim da capacidade de duvidar e de pensar."

Divulgação Olgária 2 (1).jpg
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